Volume e intensidade
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Iracema na Wine Run, Bento Gonçalves |
Ao contrário do que normalmente se assume como a prática corrente junto aos praticantes de corrida, não defendemos a realização de volumes elevados de treino de corrida, uma vez que centramos as preocupações na melhoria dos níveis de velocidade. Para isso, a progressão nos volumes de corrida deverá ser mais lenta que o aumento das preocupações em tornar o atleta cada vez mais rápido. Para isso, o aumento nos volumes globais de treino de corrida deverá ser, época após época, muito progressivo, de modo a nunca comprometer a capacidade do cor-redor de correr rápido de maneira sustentada e suportada em atitudes mecânicas cada vez mais eficazes.
Intensidades no treino de corrida
A definição de intensidades de treino na corrida é, sem dúvida, um dos grandes desafios de qualquer treinador. Nesse aspecto, é decisiva a utilização de diversos indicadores que possamos obter a partir de testes de avaliação e controle do treino, de modo que as intensidades de treino sejam calibradas a partir de referências de valores de vVO2 máx, concentrações de lactato, limiar anaeróbio ou mesmo de frequência cardíaca que nos facilitem a definição de zonas de intensidade de treino. Por exemplo, as sessões de treino de corrida normalmente designadas como “treino aeróbio de base” deverão ser realizadas a uma velocidade correspondente a uma concentração de lactato de 1 a 2 mmol · L–1 , a uma frequência cardíaca de 70% a 80% da frequência cardíaca máxima, ou usando como referência a realização de uma corrida em equilíbrio que permita aos corredores conversarem com algum facilidade durante a corrida. Para a definição de uma zona de intensidade de limiar aeróbio/anaeróbio, a velocidade será a que promove concentração láctica de 4 mmol · L–1 e que deverá ser particularmente utilizada em treinos fracionados com repetições de 800 a 3.000m, para um volume total normalmente situado entre 6 e 8km. Esta intensidade situa-se de 75% a 90% da vVO2 adaptações fisiológicas que promove no corredor. máx e é particularmente importante pelas adaptações fisiológicas que promove no corredor.
A realização de sessões de treino em uma zona de intensidade anaeróbia de-verá ser efetuada a intensidades correspondentes a 100% ou mais da vVO2 máx. Trata-se assim de um trabalho de grande intensidade, que poderá contemplar distâncias de corrida muito variáveis (normalmente de 50 a 1.000m), com os corre-dores de distâncias mais curtas de meio-fundo devendo utilizar distâncias de 200 a 800m, percorridas a elevada intensidade. Erros na definição dessas faixas de intensidade poderão impedir que cada sessão de treino atinja os objetivos para os quais foi prescrita, prejudicando a evolução desportiva do corredor.
Soares, Y. M. Treinamento esportivo. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2014. 9786557830635. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830635/. Acesso em: 15 Apr 2021
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