Prescrição de treino de corrida
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Gudo e Gustavo em Dom Pedrito |
Ao contrário do que muitas vezes se preconiza e se apresenta como o mais adequado ao nível do treino específico de corrida, defendemos por princípio que a melhoria da performance na corrida deve ser baseada sempre na melhoria da velocidade de corrida. Mesmo quando se pensa na corrida recreativa, é frequente que os grandes desafios se coloquem no aumento, por vezes desmedido, de volumes de corrida em detrimento da melhoria da velocidade de corrida. Os desafios de superação que levam muitos a optarem pela realização precoce de maratonas e ultramaratonas baseia-se apenas no aumento da quantidade em detrimento da qualidade. Queremos dizer com isso que o treino da corrida deverá ser baseado na melhoria de todos os fatores que promovam evoluções no modo como se corre, baseando o treino em um trabalho constante de melhoria dos níveis de velocidade com que se correm determinadas distâncias.
No que diz respeito à prescrição do treino de corrida, pretendemos reforçar importantes aspectos práticos (embasados nas preocupações já apresentadas) que de algum modo traduzam os resultados que diferentes estudos de diferentes investigadores nos vão sugerindo. Pretendemos ainda realçar algumas de nossas experiências práticas no treino da corrida, seguindo alguns tópicos que embasam o nosso entendimento atual no que diz respeito ao treino de corrida.
Primeiro aspecto a ser definido:
Definição de intensidades de corrida
Para a definição de intensidades de corrida, privilegiamos, desde logo,
a 👉utilização do limiar anaeróbio, não apenas pela elevada correlação que este parâmetro apresenta relativamente ao rendimento competitivo em praticamente todas as distâncias competitivas, mas também pela enorme facilidade que nos proporciona na definição de intensidades de corrida para o processo de treino. Basicamente, devemos procurar que os valores de limiar anaeróbio possam progredir de maneira constante ao longo da carreira desportiva de um atleta e que constituam uma importante garantia da melhoria de rendimento de todo o sistema aeróbio.
👉Para isso a realização de sessões de treino na intensidade correspondente ao limiar anaeróbio é particularmente relevante. Defendemos ainda que se desenvolvam sessões de treino de intensidade mais elevada, com intervalos relativamente curtos, com recuperações incompletas que permitam evolução em importantes parâmetros, como a vVO2 intensidades próximas de 100% da vVO2 máx.
Nesta perspectiva, a realização de sessões de treino em máx, com características intermitentes e tempos de intervalo reduzidos, prolongará o tempo de esforço a intensidades que promovam estímulos associados à vVO2 máx.
👉Uma das mais importantes sugestões que deixamos em relação à definição de intensidades de corrida parte do pressuposto de que devemos evitar a todo o custo tempos de corrida prolongados a uma intensidade constante, a velocidades baixas/moderadas. Isso porque esse tipo de estímulo de treino é fraco na diversidade, na estimulação das fibras rápidas, promove o aumento dos tempos de apoio e tendencialmente diminui a amplitude das passadas. Isso quer dizer que, se por um lado os volumes de corrida contínua a velocidades inferiores ao limiar anaeróbio podem ser um importante meio de estimulação da atividade mitocondrial das fibras tipo I, a verdade é que as perdas em importantes indicadores mecânicos podem comprometer totalmente a melhoria de rendimento na corrida. A diversidade de intensidades em distâncias e/ou tempos de duração mais baixos sempre uma boa opção, promovendo a realização de sessões de treino em que a velocidade de corrida constitua sempre o pensamento estruturante de sua prescrição do treino.👈
Referência: Soares, Ytalo M. Treinamento esportivo. MedBook Editora, 2014. [Minha Biblioteca].
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