Adoecer, por conseguinte, raramente depende de causa única; em geral, motivos múltiplos influenciam. “Na saúde, tudo interfere”, frisa o professor Adib Jatene. “Água, esgoto, moradia, alimentação, trabalho, salário, lazer, sono e atividade física, assim como prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento e reabilitação.” A propósito, qual destes componentes pesa mais na saúde:
1) Biologia humana? – É aquilo que faz parte do organismo, física e mentalmente. Inclui os diferentes órgãos e aparelhos do corpo humano, os processos de crescimento e envelhecimento e a herança genética. A genética é o “carimbo” que cada um de nós carrega desde a vida intrauterina, para o bem e para o mal, e que não se pode modificar.
2) Ambiente? – Engloba todos os fatores externos e sobre os quais você individualmente tem pouco ou nenhum controle, como a qualidade dos alimentos, da água e do ar e os ruídos ambientais.
3) Hábitos e estilo de vida? – Representa o conjunto de decisões que você toma em relação à sua saúde e sobre as quais pode ter bastante controle.
4) Acesso à saúde? - Diz respeito à eficiência da assistência recebida, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade. Seguramente ter médicos, diagnósticos e tratamentos de qualidade, sempre que necessário, é vitalíssimo. Porém, é o fator que menos contribui para diminuir o risco de doenças e mortalidade. Foi o que revelou o histórico Relatório Lalonde, publicado em 1974, no Canadá, país em que os serviços de saúde são avançados.Na época, o então ministro de Saúde, Marc Lalonde, determinou uma investigação para saber o que poderia ser feito para que canadenses vivessem mais e melhor. Para surpresa geral, a conclusão foi de que a biologia humana, o ambiente e o estilo de vida concorriam muito mais para produzir doenças e mortes do que a assistência à saúde seria capaz de minimizá-las. E, isoladamente, o estilo de vida era o principal fator na origem das doenças que matavam mais, como as cardiovasculares, as pulmonares e os acidentes de trânsito.Propôs-se, então, trabalhar alimentação, atividade física, uso de álcool e tabagismo, entre outras questões, como prioridade para a saúde. Nascia a revolucionária estratégia de promoção de saúde. “Cuidar de pacientes, quantas vezes forem necessárias, é fundamental. Mas é apagar incêndio e administrar prejuízos”, considera a enfermeira e doutora em Psicologia Eliane Corrêa Chaves, professora da Escola de Enfermagem da USP. “Promoção de saúde é o que mais traz grandes benefícios.
”ARRUDA, M.M.D.; MARIO, F.J.; CONCEIÇÃO, L. Saúde: A Hora é Agora – Orientações de Grandes Especialistas Brasileiros. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2010. 9788520442029. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520442029/. Acesso em: 17 Mar 2021
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