Uma nova Matriz
Somente em 1859, o presidente da província, Joaquim Antão Fernandes Leão, apresentou um relatório à Assembleia Legislativa provincial que continha a seguinte observação final:
"A igreja Matriz de Bagé está em completa ruína. As paredes laterais da capela-mor ameaçam desabamento. Foi reclamada a sua demolição e a construção de uma nova Matriz para o qual a assembleia provincial já conseguiu a quantia, que a presidência já providenciou a respeito.”
Esse ano de 1859, sem dúvida, foi decisivo para a construção da nova igreja, com o início da demolição da antiga. Nomearam-se diversas comissões, na cidade e na campanha, para angariar fundos destinados às obras.
O local da construção foi devidamente estudado. Ouvir a sugestão para que a igreja fosse edificada na Rua Sete de Setembro, próxima à Praça do Conde, atual Praça Silveira Martins. Para a decisão final foi designado o engenheiro Paulo José Pereira. O técnico deu parecer favorável ao local onde já havia o tempo antigo, em 16 de dezembro de 1861.
Em 7 de setembro de 1862 foi lançada a pedra fundamental.
Em 1878 foi finalizada a primeira fase da obra, o projeto da Matriz foi elaborado e executado pelo Arquiteto José Obino.
A descrição do projeto:
"A frente consta do corpo da igreja, ladeado de duas torres uniformes, com 125 palmos de altura, o primeiro andar das torres conta com três portas de entrada, de arco Redondo; e o segundo três janelas em ogiva. Sobressaem, na fachada, 4 colunas em estilo dórico, sobre cujos capitéis descansa a cornija e uma balaustrada no meio da qual se eleva uma pequena torre com lixo, simétrica, com as duas torres laterais”.
Além dos auxílios dos cofres provinciais, dos donativos dos fiéis, das quermesses e festivais promovidos pela comissão de obras, a construção recebeu 12 contos de réis de Carlos Martins ele condicionou esse auxílio a ter seu túmulo na base de uma das Torres da igreja em 4 de setembro de 1862 Dom Sebastião Dias Laranjeira deu a autorização. Permanece até hoje, na base da Torre Direita, o jazigo Perpétuo da família Martins estão sepultados, além do casal Martins, filho Gaspar Silveira Martins e o General Carlos Telles.
Fonte: Inventário Cultural de Bagé, um passeio pela história, de Elizabeth Macedo de Fagundes, 2ª edição atualizada e ampliada, Bagé, 2012.
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