Conselheiro Silveira Martins




Túmulo de Carlos Silveira e sua família 


Conselheiro Silveira Martins


Alguns anos depois, Dona Florentina Silveira, viúva de Francisco Carlos Martins, irmão de Gaspar Martins, deu uma fração de campo à Catedral cujo rendimento deveria ser aplicado na conservação do túmulo.


O primeiro “Harmoniun” que veio para Bagé, foi adquirido pelo padre Cândido Lúcio de Almeida, foi entoado pela primeira vez em 17 de novembro de 1863, pelo professor de piano e canto senhor Rafael Lino da Silva  e só depois de três anos do início das obras em 7 de setembro de 1865, que passaram a celebrar-se os atos do culto Divino na nova Matriz mesmo ela não estando concluída. 


Regressando da viagem que fizera a Espanha, o comerciante espanhol Ramon Galibert trouxe de presente para a Municipalidade, a fim de ser colocado numa das torres da nova igreja, um magnífico relógio de escape e repetição, e 4 sinos.  


Devido a burocracia da Alfândega de Rio Grande, o relógio e os referidos sinos, demoraram mais de um ano para chegar em Bagé finalmente, em 6 de Agosto de 1872, a câmara municipal contratou Augusto Celestino Loureiro dias por 700$000 para colocação do relógio, à esquerda da entrada, e os sinos nas Torres da Matriz neste mesmo ano assumiu como pároco administrador o Cônego Bittencourt que é muito se empenhou para conclusão da Matriz. Como as obras não estavam marchando de forma rápida, em 1873 o presidente da província destinou uma verba Extra E ordenou ao Engenheiro Dr Manoel Correia da Silveira Neto que fiscalizasse o projeto. Em 1878, com a conclusão do reboco, do Assoalho da Caixa interna e da grade que protegia o acesso à igreja, deu-se por concluída a primeira fase da obra.


 A matriz assistiu a momentos importantes da nossa história o movimento abolicionista, que também contava com o Cônego Bittencourt, como um dos seus líderes, em 28 de setembro de 1884, obteve Vitória com a extinção da escravidão em Bagé ponto e foi na matriz de São Sebastião que o Cônego Bittencourt entoou “Te Deum”. Em 20 de Fevereiro de 1885 recebeu uma importante visita: da Princesa Isabel que veio encontrar-se com seu esposo, O Conde D'Eu que procedia de Saicam, onde participou de manobras militares. Os visitantes foram recebidos na igreja de São Sebastião pelo Vigário da Paróquia que entoou Te Deum  em Ação de Graças. A princesa doou a importância de 200 contos de réis para ser distribuído aos pobres, cegos e aleijados.


 Uma curiosidade merece destaque: o organista da Matriz recusou-se a executar músicas sacras que teriam a assistência de suas altezas alegando sua condição de Republicano. Após a proclamação da república, ocorreu a separação entre igreja e o estado; proposta feita por Rui Barbosa. Porém as atividades pastorais do Cônego Bittencourt continuaram, tanto no atendimento aos fiéis de sua paróquia, quanto aos pobres recolhidos à Santa Casa. Na revolução federalista de 1893, Bagé e a matriz de São Sebastião foram palco dos acontecimentos. Dias terríveis foram os do sítio de Bagé, as forças revolucionárias, pretendendo tomar a cidade, obrigaram os legalistas republicanos, comandados pelo Coronel Carlos Teles, armar a defesa da Praça da Matriz trincheiras foram abertas nas bocas de ruas próximas à Praça. O tempo transformou-se em hospital de sangue e junto às paredes laterais sepultavam se os mortos.

Fonte: Inventário Cultural de Bagé, um passeio pela história, de Elizabeth Macedo de Fagundes, 2ª edição atualizada e ampliada, Bagé, 2012.


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