CORREDORES VITALÍCIOS

 George Sheehan, o melhor escritor sobre corridas de todos os tempos, uma vez observou que a "boa forma é um estágio pelo qual passamos antes de nos tornarmos corredores vitalícios". Podemos acrescentar que a corrida é um estágio pelo qual passamos no caminho para nos tornarmos corredores vitalícios.
Sheehan ofereceu a melhor descrição dos corredores vitalícios: "Para cada corredor que percorre o mundo competindo em Maratonas, há milhares que correm para ouvir as folhas e escutar a chuva, e buscam o dia em que subtamente, será tão fácil quanto o vôo de um pássaro. Para eles, o esporte não é um teste, mas uma terapia; não um julgamento, mas uma recompensa; não uma pergunta, mas uma resposta".
Derek Clayton, certa vez parecia ser o pior candidato possível para se enquadrar nessa definição. O australiano viajava pelo mundo das maratonas nas décadas de 1960 e 1970, correndo essa distância mais rápido que qualquer outro até então. Ele também treinava mais que qualquer maratonista jamais treinara e talvez, por isso tenha reinado como o detentor do record mundial por mais de 12 anos. Quando treinava em seu máximo, Clayton corria até 320km por semana. A recompensa era seu recorde, mas também havia um preço a pagar. Nove cirurgias foram o preço. Ao se aposentar das competições, Clayton fez a seguinte declaração, direta e esclarecedora: " Hoje posso admitir, com sinceridade, que não senti prazer em um único minuto de minhas corridas e que é um alivio parar com elas".
Mas sua história não acabou ai. As lesões relacionadas às corridas de Clayton ficaram curadas com o tempo. Ele começou a sentir falta de correr alguns meses depois de se aposentar. Não sentia falta das semanas de 320 km e das maratonas que tanto haviam esgotado. Sentia falta de alguma coisa na própria rotina diária da corrida.
Clayton começou a correr novamente. Mas desta vez se limitou a meia hora por dia, aproximadamente em um ritmo confortável. Ele declarou que seu ponto de vista sobre a corrida mudara, do trabalho duro que ele mal suportava para "um dos melhores momentos  do meu dia".
Correr já não era mais um teste para ele, mas uma terapia; não seu julgamento, mas uma recompensa; não sua pergunta, mas sua resposta. Você também pode correr como o homem que já deteve o record e mundial. fonte: Corrida em 101 lições  - Joe Henderson





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